Após alguns anos de recolha - e consolidação - de dados, não restam dúvidas de que, respetivamente,
- A Família Serzedello - Serzedelo que logo no início do Séc. XIX ganhou visibilidade na vida económica, administrativa e também cultural em Lisboa e no Brasil é uma e mesma,
- são os Pereira de São Pedro de Serzedelo, hoje do concelho da Póvoa de Lanhoso e ao tempo (Séc. XVII e anteriores), Couto de Serzedello, da Ribeira de Soaz;
- na Diocese de Braga havia - e há - outra freguesia e paróquia Serzedelo, Santa Cristina de Serzedello, do atual concelho de Guimarães,
- mas pode afirmar-se com absoluta certeza de que não provêm desta, nenhum dos membros desta vasta família Serzedello - Serzedelo,
- ao ponto de se poder dizer também com segurança que todos e todas estes e estas Serzedello - Serzedelo de apelido - ou sobrenome [1] - que surgem em Portugal e no Brasil em finais do séc. XVII e depois em todo o séc. XIX,
a) são a e da mesma família, os Pereira [2], cujo berço foi, ao longo de cerca de 3 séculos, o Lugar de Cima de Villa / Cima deVila,
b) e são todos - somos todos - consequentemente, primos!
[1] - já em finais do Séc. XIX, no Brasil surge um fenómeno curioso, nas regiões / estados onde socio-politicamente davam nas vistas vários Serzedello - Inocêncio Serzedello Corrêa, político e militar muito ligado à primeira república, Randolpho Pereira Serzedello, médico e farmacêutico e Diretor de Saúde no Pará, Féliz José Pereira Serzedello, vice-cônsul também no Pará, Bento José Barbosa Serzedello no Rio de Janeiro e outros Serzedello, e graças à liberdade com que no Brasil se podiam
atribuir nomes próprios, começaram a surgir Serzedello (s) como nome próprio (a desenvolver adiante),
[2] - e por outro lado, já quase em 1900, uma outra família com raízes em S.P. de Serzedelo e Fonte Arcada (PVL) viria a atribuir-se também o apelido (topónimo) Serzedello - Serzedelo (também a desenvolver adiante) e ficaram conhecidos na Póvoa de Lanhoso como "Os Serzedello de Fonte Arcada". Ora estas duas exceções são isso mesmo, exceções que confirmam a regra e o que se afirma acima.
Figªs 1 e 2 (acima) e 3 (abaixo), fonte O Minho Pittoresco .Vieira, José Augusto.1886.Edª José Maria Pereira.
como curiosidade, este António Maria Pereira é o mesmo que, além de amigo pessoal de Antº José Pereira Serzedello Júnior
e seu companheiro em muitos aspetos da atividade destes, foi seu sócio na propriedade do jornal "Revolução de Setembro"
- cujo fundador tinha sido Rodrigues Monteiro- e foi também a editora de José Maria Pereira que editou em 1872
o livro de Serzedello Júnior "Os Bancos e os princípios que regem a emissão e circulação das notas".
As principais fontes das pesquisas genealógicas são, necessariamente, os Registos Paroquias. Infelizmente, relativos à paróquia de São Pedro de Serzedello, apenas se encontram registos a partir de 1642 (1642/1911) e com base nestes registos, temos as seguintes gerações em Cima de Villa,
1ª geração, nascidos nas primeiras décadas de 1600, Isabel Pereira, casada com Lucas Rodrigues; este casal teve pelo menos quatro filhas destacando-se a "matriarca" da
2ª Geração, na segunda metade de 600, Josefa Pereira, casada com João Álvares, casal que teve também vários/as filhos/as, destacando-se o "patriarca" da
3ª Geração, no início de 700, Domingos Pereira, casado com Rosa Carvalha; São os filhos deste casal que vão dar início à diáspora [3] dos Serzedello, do Minho para Lisboa e para o Brasil;
[3] - o termo diáspora não surge aqui apenas em sentido figurado: por um lado, o apelido Pereira é um dos muito apelidos dos judeus portugueses; por outro lado, há no agir desta família - certas peculiaridades - qualquer coisa muito comum às comunidades judaicas. Não havendo nada até agora que legitime essa conclusão, inclinamo-nos para a possibilidade de que se tratasse de uma família de origem judaica.
Marcaríamos a
4ª Geração, quer com Maria Josefa Pereira [Serzedello], que casou em Serzedelo (Cima de Vila) com Manuel António Gonçalves em 1784,
quer com o seu irmão João António Pereira Serzedello que, com outro irmão, Domingos José, terão sido os primeiros a ir para Lisboa ;
Do casamento de Maria Josefa e Manuel António Gonçalves nasceram (pelo menos) cinco filhos/as e nenhum deles ficará em Serzedelo; serão assim a
5ª Geração, do último quartel de 700, da qual quatro dos irmãos vão para Lisboa,
e uma para Caires Amares:
- Luiza Maria Pereira Serzedello, que casaria na primeira década de 800 com o seu tio João António Pereira Serzedello,
- António José Pereira Serzedello, que casaria em 18xx com Ana Margarida Rebelo,
- José António Pereira Serzedello, que casaria em xxx com Maria da Natividade Fogaça,
- António Joaquim Pereira Serzedello, que casaria em XXXX em Lisboa com Ângela de Jesus Caleia e que, tendo desta enviuvado, casaria em segundas núpcias com Maria dos Anjos Marques, e
[3] - o termo diáspora não surge aqui apenas em sentido figurado: por um lado, o apelido Pereira é um dos muito apelidos dos judeus portugueses; por outro lado, há no agir desta família - certas peculiaridades - qualquer coisa muito comum às comunidades judaicas. Não havendo nada até agora que legitime essa conclusão, inclinamo-nos para a possibilidade de que se tratasse de uma família de origem judaica.
...
"...A 23.6.1386, o mesmo rei [D. João I] confirmou a "gonçallo aranha caualleyo nosso uasallo", que "soe casado com aldonça ans sua molher neta de gil mjz aluello", a quintã, couto "com honra no logo", senhorio e jurisdição de Serzedelo, no julgado de Lanhoso."
Sem comentários:
Enviar um comentário