Após alguns anos de recolha - e consolidação - de dados, não restam dúvidas de que, respetivamente,
sábado, 31 de dezembro de 2022
A família Serzedello - Serzedelo (Séc XVII e ss)
A família Serzedello - Serzedelo
I
Origem e significado de "Serzedelo" (Serzedelo, Cerzedello)
1. é um apelido, ou sobrenome, de origem portuguesa e "tomado" de um topónomo em finais do séc. XVIII por um pequeno grupo de famílias oriundas de duas paróquais e freguesias do que é hoje o concelho da Póvoa de Lanhoso, designadamente [São Pedro de] Serzedelo e [São Tiago] de Fonte Arcada [1]- os desta em menor quantidade, aliás, será apenas uma família a partir do Séc. XIX [3];
II
Maria da Fonte Maria da Fonte por Roque Gameiro, 1917
III
- Serzedello de Almeida e Serzedello Dentinho de Almeida são, de facto, descendentes dos Pereira Serzedello, uns ficaram cá, outros no Brasil. A "prima" (e avó) Manuela Netto Rocha tem este(s) ramo(s) muito bem estudados na sua árvore genealógica que pode ser encontrada tanto no My Heritage como no/a Geni; há muita gente com o sobrenome Serzedello tanto cá como lá porque eram famílias "profícuas", muitos dos descendentes rumaram em força para o Brasil ao longo de mais de um século, onde se foram radicando (os Serzedello não cumprem o padrão do chamado Brasileiro de Torna Viagem) pelo menos ao longo de 80 anos onde, uns atrás dos outros, foram criando os seus negócios. Tampouco acredito que houvesse quem colasse o apelido Serzedello na sua cédula, sem mais, perlo contrário. São muitos os casos de Serzedello - Serzedelo que perderam o apelido e nem temos como saber, apenas se conhecem alguns casos porque publicam a sua genealogia (é o caso da família SIlveira - Villa-Lobos, por exemplo). Estou em crer que os tais Serzedelo que o amigo do Cartório lhe referiu como apossando-se do apelido sem laços de consanguinidade se inscrevem na exposição da publicação abaixo.
A origem e as múltiplas "intermitências" do apelido (sobrenome) Serzedello - Serzedelo
A origem e as múltiplas "intermitências" do apelido (sobrenome) Serzedello - Serzedelo
- atualizado -
"(...) o meu avô chamava-se Antonio Luiz Serzedelo , não sei os outros sobrenomes; é português. O meu pai
chama-se Pedro Luiz Duarte Silva Serzedelo de Almeida" (...)", 1º - porque há TANTA gente com o sobrenome Serzedelo ou Serzedello, 2º, um amigo do cartório disse-me que muitos simplesmente acrescentam o nome Serzedello sem laços sanguíneos; pedi para ele verificar isso e ele me disse que ha um numero de pessoas com o sobrenome Serzedelo que seus antepassados nao eram Serzedelo, 3º, onde permenece o nucleo da familia, digamos assim, quem é realmente Serzedelo(ll)"...Datando de 1860/1870 o movimento (e a "sociedade" com esse mesmo nome e desígnio) para a Criação do Registo Civil e que era comum a Portugal e ao Brasil, no Brasil terá conseguido o seu objectivo a partir da 1870/1880 (aliás, em termos administrativos o Brasil estará desde o séc. XIX uma "época" - 30 a 40 anos - à frente de Portugal) mas em Portugal só após a implantação da República é que os registos respeitantes à população civil deixaram de ser efectuados e "conservados" nos cartórios paroquiais. Por ordem legislativa da "República", a partir de Abril de 1911 passou a existir Registo Civil, conduzindo às Conservatórias como hoje as conhecemos. Até lá, esse "cartório" (nascimentos, casamentos, óbitos, testamentos, etc.) estava exclusivamente confiado à Igreja, sem uma matriz civil e administrativa definida e igual para todo o território, vagamente orientada por duas ou três leis régias em dois séculos e sem outra ou supervisão continuada que não fosse a das Dioceses, prosseguindo essas os interesses "notarial" da Igreja e satisfazendo mal ou "diagonalmente" o registo o civil ou administrativo. Sendo cada pároco, na sua respectiva paróquia, ao mesmo tempo o conservador e o "escrivão" desse notário; sendo "suas" as regras de assento ou registo, os livros paroquiais revelam bem quer as variações de humor quer de ideologia social do "escrivão-conservador", além de ao longo de um mesmo livro de assentos serem bem visíveis as mudanças de pároco e "ideologia".
VMOliveira
Pereira Serzedello - resenha da sua diáspora (sec. XVIII e ss)
A diáspora, ou dispersão, dos Pereira Serzedello / Serzedelo, naturais de Couto de Serzedello / S. Pedro de Serzedelo, primeiro do Concelho de Ribeira de Soaz e mais tarde - 1840 e ss - concelho da Póvoa de Lanhoso (Minho, norte de Portugal), iniciam-na os filhos de Domingos Pereira ( n. 5 Jun 1711 - f. 13 Jan 1770, 59 anos) e de Rosa Maria Carvalha (n. 18 Mai 1721 - f. 31 Dez 1792, 71 anos), designadamente,
- o Domingos José (n. em Serzedelo em 6 de Mar de 1753, f. em Lisboa em 1768) o João António (n. 29 Junho 1762), que foram para Lisboa na segunda metade de setecentos,
- e os sobrinhos destes e filhos da sua irmã Maria Josefa (n. 10 Set 1759), designadamente,
- para Lisboa e com o apoio do tio João António: a Maria Luiza (n. 10 Mai 1790; casou com o tio), o António José (n. 20 Set 1786), o José António (n. 11Jun1792), o António Joaquim (n. 25 Mai 1796),
- para o Brasil, o João António - sobrinho (n. 20 Mai 1788),
- Para Amares (Minho, Pt), a Mariana Cândida (n. 23 Set 1800),
e cujos filhos (os Barbosa Serzedello), foram igualmente, a partir de 1840/50, para o Brasil e para Lisboa.
---
Resumindo - e limitada a informação pelo que se conseguiu apurar recuando a seiscentos [1],
- há três gerações sedentarizadas antes desta dispersão, designadamente, a da Isabel Pereira casada com Lucas Rodrigues, a da filha Joséfa Pereira casada com José Álvares e a do filho destes, Domingos Pereira casado com Rosa Maria Carvalha,
- e há depois as muitas gerações seguintes, quer em Portugal, quer no Brasil, a partir de fins de 700 e até à data.
[1] - há ainda a esperança de poder conhecer gerações anteriores, o que já só será/seria possível com base nos ainda existentes - e se existentes - arquivos paroquiais locais.
Continua a haver migrações ao longo do séc. XIX e XX, quer de Portugal (Amares e Lisboa, Elvas e outros locais, i.e., dos aqui nascidos), para o Brasil, quer dos nascidos no Brasil para Portugal c(e Lisboa, Amares e outros locais).
Ao levanta/conhecer e analisar a genealogia da Família Serzedello - Serzedelo, há que ter em conta três ou quatro nuances ou aspetos curiosos.
- O primeiro, alguns primos Serzedello partilhamos a impressão, ou desconfiança, de que esta família Pereira seria de origem judaica, sendo que - até à data - não se encontrou qualquer dado objetivo que, sequer minimamente, ajude a sustentar essa impressão ou desconfiança, antes e apenas - e sem prejuízo de outros - dois elementos menos objetivos, ou até subjetivos, designadamente,
- - o apelido Pereira que vindo desde 1600 pelo menos, nos permite admitir a possibilidade de que se trate de Cristãos Novos, descendentes de Sefarditas; como se sabem os judeus foram obrigados a esta conversão e à adoção de novos nomes e sobrenomes/nomes de família, sendo o apelido Pereira um desses casos,
- - a predominância desse apelido como o sobrenome de família ao longo de várias gerações,
- - o modelo familiar e de riqueza económica, o comércio, uma agroindústria pré-industrial - "os Moinhos de Domingos Pereira no Vale da Luz" (PVL),
- - e também as fisionomias, ou as feições, ou o fenótipo, que, realmente, não é o dos germânicos e godos que povoaram o Minho desde os Séc. VII e VIII;
- o segundo, é que o sobrenome Pereira Serzedello apenas surge em fins do séc. XVII e em indivíduos Serzedello emigrados para Lisboa e para o Brasil, ocorrendo isto numa altura em que se verificou o acréscimo de topónimos de origem aos apelidos, assim ajudando a fazer a distinção entre muitos indivíduos de indivíduos com nomes e sobrenomes iguais;
- - efetivamente, os Pereiras que ficaram por Serzedello ou freguesias vizinhas - e é importante ter em conta que cada família tinha proles numerosas e são muitos os Pereira, Carvalha, Álvares, etc. na sua região de origem assim se mantiveram, mas Serzedello apenas aparece com os que vão para locais que já são metrópoles em formação, como Lisboa, Rio de Janeiro e outras
[ver também,
a)
A família Serzedello - Serzedelo
b)
As "Intermitências" do sobrenome Serzedello / Serzedelo
Os Serzedello e os casamentos entre consanguíneos
- o João António, que casa com em 1811 com uma sobrinha, a Maria Luiza: ironizando, os filhos deste casamento - e são vários - são filhos e filhos-sobrinhos do pai;
- - Mais tarde (1835), um filho destes, o João Luís Pereira Serzedello, casou no Brasil com uma prima, Alexandrina Pereira Serzedello, filha do seu tio materno João António. Os filhos do casamento de João Luís e Alexandrina nasciam de uma consanguinidade quase circular;
- no ramo familiar deste blogger (Virgílio), houve também - pelo menos - dois casos,
- - o meu trisavô, José Joaquim Barbosa Serzedello (nascido em 1831 em Caires, Amares), era filho da Mariana Cândida Pereira Serzedello. Foi para o Rio de Janeiro por volta de 1850, onde viria a casar com uma prima, Ricardina Pereira Serzedello, já nascida no Rio de Janeiro (n. 9 Mai 1835 em Irajá, R.J) filha do seu tio materno mais velho e irmã da Alexandrina referida acima; em 1961 vieram do Brasil para Lisboa (Santa Isabel), onde Ricardina faleceu a 5 Jan 1862, com 27 anos de Idade (deste casamento não houve filhos; já viúvo o meu trisavô regressou a Amares, onde viria a casar de novo, teve vários filhos, entre os quais o meu bisavô Artur);
- - outra filha da Mariana Cândida, a Teresa Maria Barbosa Serzedello, viria a casar com o primo António José Pereira Serzedello Júnior (deste casamento também não houve filhos).
São apenas três, dos casos frequentes, sucessivos, de casamentos entre primos e até entre tios e sobrinhos.
---
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
Gerações de Pereiras (futuros Serzedello / Serzedelo)
Gerações de Pereiras (futuros Serzedello / Serzedelo) identificadas até esta data (2023)
notas de apoio à pesquisa
G 1 Sec. XVII ~~ 1600, Francisco Domingos, que casou com Ana Francisca (Prdª de Bouro);
G 2 Sec. XVII ~~ 1640, Isabel Pereira, nª em 1644
e que casou em 1681 com Lucas Rodrigues (Serzlº);
G 3 Sec. XVII ~~ 1680, Josefa Pereira, ncª em (+ou-) 1690
e que casou em 1710 com José Álvares (Serzlº);
G 4 Sec. XVIII ~~ 1700, Domingos Pereira, ncº 1711
e que casou em 1742 com Rosa Carvalha (Serzlº);
G 5 Sec. XVIII ~~ 1750, Maria Josefa Pereira, ncª em 1759
e que casou em 1784 com em Manuel António Gonçalves (Serzlº);
e ~~ 1760, João António Prª Serzedelo, ncº em 1762
e que casou em (+ ou - ) 1800 com a sobrinha Maria Luiza (Lx)
G 6 Sec. XVIII-XIX
~~ 1790 - 1800, António José Pereira Serzedelo, que casou com Ana Margarida Rebelo
Maria Luiza Pereira Serzedelo, que casou com o tio João António
José António Pereira Serzedelo, que casou com Maria da Natividade Fogaça
Joaquim António Pereira Serzedelo, que casou com Ângela Jesus Caleia (Lx)
e depois com Mª dos Anjos Marques (Lx)
Mariana Cândida Pereira Serzedelo, que casou com Manuel José Barbosa (Amr)
João Pereira Serzedelo, ncº (+ou-) 1800
e que casou com (Brasil)
G 7, Sec. XIX ~~1830 e ss, a geração dos juniores
fºs/as de João Antº e Mª Luiza,
Maria do Carmo Pereira Serzedelo, ncª em
e que casou com João António Vieira Serzedelo, seu primo (Lx)
fºs/as de António José e Ana Margarida,
António José Pereira Serzedelo Júnior, ncº em 1825
e que casou em com Teresa Maria Barbosa Serzedelo, sua prima (Lx)
e o irmão João Guilherme Pereira Serzedelo
fºs/as de José António e Maria da Natividade,
José António Pereira Serzedelo Júnior, que casou com (Brasil)
e depois com (Brasil)
fºs/as de António Joaquim e Ângela J Caleia (info recª em Geneall.net)
- José Eduardo Pereira SerzedeloFeliciana Isidora Oliveira Neto
- António Carlos Pereira Serzedelo * 03.04.1829Maximiana Isidora Oliveira Neto
- Francisco António Pereira SerzedeloJúlia Martiniana Rosa
- João Pereira SerzedeloMaria Carolina Luísa da Conceição
fºs/as de António Joaquim e Mª dos Anjos
fºs/as de Mariana Cândida e de Manuel José Barbosa
Tereza Maria Barbosa Serzedelo, ncª em 1825
José Joaquim Barbosa Serzedelo, ncº em
e que casou em com Ricardina Pereira Serzedelo, sua prima (Brasil)
e depois com (AMR)
Bento José Barbosa Serzedelo, nascº em
e que casou em com Mª da Conceição Teixeira (Brasil)